No início da tarde desta quarta-feira (20), um vazamento de amônia nas dependências de um laticínio na área rural do município de Ivinhema está mobilizando o 11º Subgrupamento de Bombeiros Militar.
Conforme apurado pelo Site , o vazamento do produto perigoso foi registrado em um laticínio na Gleba Piravevê, sendo que os militares já estão no local para controlar a situação e alertando a população próxima que mantenham uma distância mínima de isolamento, pois o contato pode ser letal.
A amônia possui um forte cheiro e causa ardência nos olhos, mas não se sabe ainda como foi detectado o vazamento no local e se alguém foi ferido e contaminado com a substância.
Vazamentos de amônia podem render consequências graves e letais. As indústrias que lidam com a substância devem se adequar às normas, oferecendo mecanismos de proteção e prevenção, e elaborando diretrizes para o caso de ocorrência de acidentes.
AMÔNIA
A amônia foi descoberta em 1774. Seu primeiro uso em escala industrial ocorreu no século XX. A substância foi adotada como elemento em sistemas de refrigeração, até o advento dos clorofluorcarbonetos (CFCs). Mas a partir da década de 1980, foram implantados movimentos para eliminar o uso de CFCs por conta de seus prejuízos à camada de ozônio. Desde então, houve uma retomada na utilização de amônia por ser uma alternativa econômica e sustentável. Mas trata-se de uma substância tóxica. A indústria deve se adequar a parâmetros de segurança antes de utilizá-la, visando evitar vazamentos de amônia e elaborar um plano de emergência em caso de ocorrência.
RISCOS
A amônia é um químico que possui propriedades de reatividade e inflamabilidade. Para além de mecanismos de prevenção e combate a incêndios e redução dos riscos de reações, deve-se pensar na proteção individual do trabalhador. Afinal, a amônia apresenta toxicidade e põe em risco a saúde dos funcionários.
A inalação pode causar dificuldade respiratória e perda de reflexos, o contato direto com a pele ou os olhos provoca queimaduras severas, assim como a ingestão, porém acidentes deste último tipo são muito raros de ocorrer.
Dependendo de fatores como o prolongamento do contato ou a concentração da amônia, os riscos podem ser ainda mais graves, com consequências como cegueira, parada respiratória e morte.
A exposição repetida a amônia pode causar bronquite crônica.
PRIMEIROS SOCORROS
Em casos de inalação, a vítima deve ser encaminhada para fora do ambiente contaminado, em uma área bem ventilada, e receber oxigênio via máscara ou cateter nasal. Em caso de parada cardiorrespiratória, a vítima deve receber manobras de ressuscitação. Depois desses primeiros socorros, o procedimento é encaminhar rapidamente ao hospital mais próximo.
Nos casos de contato com os olhos, deve-se lavar com água corrente durante 15 minutos, abrindo bem as pálpebras. Logo após, a vítima deve ser encaminhada a um oftalmologista. Os primeiros segundos são cruciais para evitar cegueira.
Em casos de contato com a pele, a roupa contaminada deve ser removida e a parte atingida deve ser lavada com água corrente durante 15 minutos, assim como os olhos.
Já nos casos de ingestão, nunca deve ser inserido nada em pessoas em estado inconsciente ou sofrendo convulsão. Caso a pessoa esteja consciente, pode ingerir água ou leite aos poucos. Não se deve induzir a vômitos, e é importante ter cuidado com isso. A vítima deve ser encaminhada com urgência para o médico, que deve ser informado sobre as características do produto ingerido.