O secretário de segurança e defesa social de Campo Grande, Valério Azambuja, pediu exoneração do cargo na manhã desta quinta-feira (8). Em carta enviada à prefeita Adriane Lopes, ele alega “motivos pessoais” para a saída.
Valério Azambuja esteve à frente da Sesdes (Secretaria Especial de Defesa e Segurança Social) durante oito anos, nos dois mandatos eleitos do ex-prefeito Nelsinho Trad. Durante esse período a antiga Guarda Municipal Patrimonial foi elevada à Guarda Civil Metropolitana.
Durante esse período, também foi implantado o Plano de Cargos, Salários e Carreiras da GCM, além de criação do Conselho Municipal de Segurança (Comsep) por meio da Lei 6079/2018. Também foi criado o GPI (Grupo de Pronta Intervenção), para ações táticas da GCM. Além disso, foram instaladas bases e núcleos operacionais nas sete regiões urbanas de Campo Grande e no distrito de Anhanduí.
No ano passado, Campo Grande foi eleita a primeira cidade no ranking Cidade Mais Segura do Brasil. “Nestes oito anos à frente da SESDES, exerci meus misteres com dedicação, empenho, firme determinação e inúmeros sacrifícios; tudo no intuito de prestar serviços de relevância e de qualidade à Sociedade, de fazer jus à confiança e de estar à altura das expectativas a mim creditadas para a construção de uma cultura de Paz e de Justiça nesta Capital”, afirmou o secretário em nota.
O sindicato dos Guardas Civis Metropolitanos de Campo Grande realizou protestos durante o mês de julho deste ano, reivindicando melhorias salariais e adicional de periculosidade, pagamento de plantões e convocação dos aprovados no último concurso. O TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) considerou a greve ilegal e decidiu por aplicação de multa diária de R$ 50 mil ao sindicato. Um acampamento foi montado em frente à Prefeitura, pelos servidores.
Há menos de um mês, no dia 28 de novembro, o subcomandante da GCM foi afastado do cargo após denúncias de assédio sexual contra alunas do curso de formação, feitas no final de outubro. Ele teve a arma recolhida e responde a PAD (Processo Administrativo Disciplinar).
O afastamento foi assinado pelo próprio secretário, Valério Azambuja, e publicado em Diário Oficial. O subcomandante ministrava aulas no curso de formação, quando foi acusado de assédio, junto a outros dois guardas.
A denúncia foi feita por um aluno, no dia 27 de outubro, quando ele procurou a Sesdes (Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social) para fazer a reclamação de que instrutores estavam ‘pegando leve’ com as alunas que faziam o curso de formação.
Segundo a denúncia, os instrutores davam carona para as vítimas. O caso foi relatado por um vereador na tribuna da Câmara Municipal. O parlamentar Marcos Tabosa afirmou que as alunas tinham de ‘ficar’ com os instrutores em troca de notas.
Na época da denúncia, a Sesdes informou que um procedimento já havia sido instaurado para investigar a conduta dos agentes. Durante o procedimento, a Corregedoria concluiu que houve conduta inapropriada dos guardas.