Os servidores estaduais aposentados de Mato Grosso do Sul vaiaram nesta quinta-feira (21) o pronunciamento do deputado Pedro Arlei Caravina (PSDB) sobre a proposta do governo do Estado em relação à alíquota de 14%, atualmente descontada, após reajuste em 2021 do ex-governador Reinaldo Azambuja.
“Nós não estamos dizendo que não é importante discutir a previdência. Estou dizendo que a Casa vai receber o projeto e discutir agora, que é mais urgente do que nós vamos propor para equalizar a previdência. Precisamos ter responsabilidade com o futuro dos pagamentos das pensões. Vamos trabalhar para defender o que for melhor”, afirmou.
Presidindo a sessão, o deputado Paulo Corrêa (PSDB) pediu silêncio e respeito, mas foi ignorado pelos servidores manifestantes. A maioria dos deputados deixou a sessão antes do fim por conta da manifestação.
Mais cedo, o deputado estadual Pedro Kemp (PT) explicou que os deputados devem fazer uma contraproposta ao governo do Estado sobre o abono de R$ 300 para os servidores estaduais aposentados que recebem até dois salários mínimos e meio.
“Essa proposta beneficia um número muito pequeno dos servidores, em torno de 4 mil. E nós entendemos que precisamos aumentar para pelo menos 11 mil servidores, que são aqueles que ganham até 5 salários mínimos, ou seria o teto do Regime Geral de Previdência, cerca de R$ 7 mil”, contabiliza.
Servidores estaduais aposentados lotam nesta quinta-feira (21) a Alems (Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso do Sul) para pressionar os deputados estaduais a não aceitarem a proposta que deve ser encaminhada hoje pelo governo do Estado, que prevê abono de R$ 300 para servidores que recebem até dois salários mínimos e meio.
Os servidores pedem o fim da alíquota de 14% da MSPrev, descontada da folha de pagamento desde o governo de Reinaldo Azambuja (PSDB).
Ludemar Solis Azambuja, presidente do Sinted de Maracaju, explica que os servidores brigam pelo fim da taxa ou ao menos a queda dela pela metade. “Nosso objetivo é que os deputados votem a favor dos aposentados, retirando a taxa de 14% da Ageprev. Tirar tudo ou pelo menos 50%. Passamos a nossa vida inteira contribuindo”, disse.
Vários grupos do interior do Estado, no início da manhã, ainda aguardavam a entrada no prédio. Os servidores também pedem transparência e auditoria independente na Ageprev, pois consideram que não existe transparência em relação às contas da previdência.
“Isso aí é dinheiro que saiu do bolso de nós aposentados e que sai dos que estão na ativa. Temos aquela história de que foi retirado R$ 400 milhões do fundo na gestão do Azambuja. Queremos esclarecimento sobre isso e sobre o tal déficit. Por isso uma auditoria independente é necessária”, apontam.