Chanceler da Áustria, Karl Nehammer, anunciou neste sábado (4) sua renúncia ao cargo em meio a uma crise política e de governança no país europeu. Segundo Nehammer, ele deixará o poder nos próximos dias e realizará uma transição ordenada.
A decisão de Nehammer ocorre após o fracasso das negociações entre os dois maiores partidos centristas da Áustria, Partido Popular e Social-Democratas, para formar um governo de coalizão sem o Partido da Liberdade, de extrema direita.As negociações pela formação de um novo governo na Áustria vinham se arrastando desde outubro de 2024, quando o presidente do país, Alexander van der Bellen, encarregou o chanceler conservador de formar um novo governo. A tarefa foi dada após todos os outros partidos se recusarem a trabalhar com o líder do Partido da Liberdade, de extrema-direita, que em setembro venceu as eleições nacionais pela primeira vez na história do país, com 29,2% dos votos.
O colapso das negociações por uma nova configuração de governo se deu de vez um dia após o abandono, considerado inesperado, do partido liberal Neos na sexta-feira (3).
A Áustria é uma república parlamentarista que tem um chanceler, um presidente e um Parlamento bicameral. O chanceler atua como chefe do Executivo, enquanto o presidente é o mais alto representante do Estado austríaco.
Segundo Nehammer, seu partido negociou "de forma longa e honesta", mas divergências com os Social-Democratas ainda persistiram.
"Fizemos tudo o que era possível até este ponto. Um acordo sobre pontos-chave não é viável, então não faz sentido para um futuro positivo para a Áustria. Não aceitaremos medidas que sejam prejudiciais ao desempenho e à economia ou novos impostos, por isso, estamos encerrando as negociações [com os Social-Democratas] e não as continuaremos", afirmou o chanceler austríaco.